BIOGRAFIA
Por Maurilio Antonio Dias de Sousa

Manuel Camilo dos Santos, cantador violeiro, poeta popular, tipógrafo, xilógrafo, datilógrafo, horoscopista, escritor e editor nasceu no dia 9 de junho de 1905, no Município de Guarabira (PB).

Foi criado na agricultura, mas a partir dos 18 anos dedicou-se ao comércio ambulante com uma tropa de burros de seu pai. Em 1936, já morando na capital João Pessoa e trabalhando como marceneiro, adota a cantoria como profissão, porém em 1940 abandona essa profissão, transfere-se para Campina Grande e lá inicia sua vida de poeta popular.

Todavia, em 1942 retorna para Guarabira, desta vez para instalar a Tipografia e Folhetaria Santos, que se expande e leva seu proprietário a transferi-la, em 1953, para Campina Grande. Próspera, a Folhetaria faz de Manuel Camilo um editor bem sucedido e, em 1957, tendo adquirido novos equipamentos, ele a reinaugura com o nome de A Estrella da Poesia.

Obra em francês

Tendo publicado, de autoria própria, mais de 150 folhetos, teve como obra-prima, segundo o pesquisador Átila de Almeida, o folheto Viagem a São Saruê, que teve uma versão para o francês, Voyage a São Saruê, feita pela professora Idelete Muzart.

No dia 8 de abril de 1987, faleceu em Campina Grande. Orígenes Lessa o chamava de “outro gigante do Nordeste” ou “uma das mais extraordinárias figuras dessa literatura (de cordel): Manuel Camilo dos Santos”.

Em sua homenagem, durante os festejos do maior São João do mundo, no Arraial Sítio São João, em Campina Grande, é instalada uma casa-folhetaria na qual ficam abertos para visitação pública peças e maquinários da Estrella da Poesia.

Muitos foram os seus títulos reeditados, entre eles podemos citar o clássico Viagem a São Saruê, As palhaçadas de Biu, O sabido sem estudo e O filho de Garcia. Se no primeiro folheto o autor se desvia das temáticas tradicionais (cangaço, pelejas, religião), e viaja em sonhos que, segundo Orígenes Lessa, é uma versão sertaneja do Vou-me embora pra Pasárgada, de Manuel Bandeira; no último folheto, conforme a opinião de Augusto de Campos, produz um poema de vanguarda, uma “concreção”.

Referências bibliográficas

▪ ALMEIDA, Átila; ALVES SOBRINHO, José. Dicionário biobibliográfico de poetas populares. 2ª ed., Paraíba: UFPB, 1990.

Texto em formato PDF, 23Kb, 2 páginas.